domingo, 24 de abril de 2016

Novas integrantes do LECoV e atividades realizadas em abril de 2016

Em abril de 2016, as alunas Priscila e Suenny do curso de Ciências Biológicas da UNIFAP se juntaram  a equipe do LECoV.
Priscila (no banco da frente), Suenny (no segundo banco) e Alvino (no fundo) durante atividade de censo em barco motorizado no Rio Falsino na Floresta Nacional do Amapá em abril de 2016. Foto: Fernanda Michalski.
A primeira atividade das novas integrantes do LECoV foi passar 6 dias realizando atividade de campo na região da FLONA e entorno.

Durante as atividades nós ficamos baseados no Retiro Menino Jesus, propriedade da Dona Glória situada as margens do Rio Araguari.
Retiro Menino Jesus, propriedade da Dona Glória, situado as margens do Rio Araguari onde nossa equipe ficou baseada para as atividades de abril de 2016. Foto: Fernanda Michalski. 
Foi uma experiência incrível, pois pudemos conhecer de perto o dia a dia das pessoas que moram à beira dos rios na Amazônia. O convívio com o Sr. Antônio, tio do Alvino (nosso assistente de campo) nos ensinou que a qualidade de vida muitas vezes está associada com a simplicidade e a paz de viver em harmonia com a natureza. Obrigada pela oportunidade e pela hospedagem a Dona Glória, Sr. Antônio e Alvino.

Em abril, nesses 6 dias, conseguimos percorrer mais de 200 km realizando censo em barco motorizado nos rios Falsino e Araguari. Avistamos animais fantásticos que encantaram a todos da equipe.
Indivíduo de Preguiça-Bentinho (Bradypus tridactylus) visualizado durante censo em barco motorizado no Rio Araguari em Abril de 2016. Foto: Fernanda Michalski.
Também foi possível visualizarmos muitos primatas que estavam próximos das margens dos rios nesse período chuvoso.
Indivíduos de Guariba (Alouatta macconnelli) visualizados durante censo no Rio Araguari em Abril de 2016. Foto: Fernanda Michalski.
Indivíduos de Macaco-de-Cheiro (Saimiri sciureus) visualizados no trecho do Rio Araguari próximo da cidade de Porto Grande em Abril de 2016. Foto: Fernanda Michalski. 
Ainda nessa mesma saída de campo tivemos a oportunidade de falar sobre nosso trabalho, principais resultados e projetos que estão em andamento para a comunidade de moradores do entorno da FLONA do Amapá.
Apresentação dos principais resultados e das novas pesquisas do LECoV realizada por Fernanda Michalski aos moradores do entorno da FLONA em abril de 2016. Foto: Priscila Costa Dias.
Os moradores do entorno da FLONA que fazem parte da Associação Bom Sucesso estiveram escutando atentamente a apresentação realizada pela pesquisadora do LECoV no dia 20 de abril de 2016 na maloca da base da FLONA.

Abril foi um mês muito produtivo e cheio de alegrias…. a equipe do LECoV espera que nossa integração com a comunidade fique cada vez mais forte, pois temos muito que aprender com todos os moradores.

Obrigada a todos e até a próxima….

terça-feira, 19 de abril de 2016

Contando com a ajuda dos ribeirinhos, LECoV seleciona áreas para trabalhar o tema ‘restauração florestal’ na FLONA do Amapá e em seu entorno

Entre os dias 10 e 17 de abril o LECoV esteve na área da FLONA do Amapá e em seu entorno para contabilizar, caracterizar e medir as áreas abandonadas e/ou cultivadas por ribeirinhos da região. Durante esses sete dias em campo, conseguimos contabilizar um total de 15 áreas potenciais para desenvolver os futuros estudos.


Imagem de satélite mostrando as áreas de capoeira (com idades entre 10 e 20 anos) e de pastagem (14 anos) de um dos ribeirinhos da região. Imagem obtida a partir do Google Earth®.

principal objetivo deste levantamento prévio foi encontrar áreas para o desenvolvimento do projeto ‘Mamíferos como catalisadores dos processos de restauração ecológica’. As áreas abandonadas e/ou cultivadas serão as áreas experimentais para verificar como os mamíferos terrestres e voadores auxiliam na regeneração da floresta após atividades antrópicas como o fogo, corte raso, corte seletivo e cultivo de plantas domésticas.


Caracterização e marcação de pontos em uma área composta por uma pastagem de 14 anos e uma capoeira de 20 anos. À direita na foto está o Cremilson (auxiliar de campo) e à esquerda o William (Pesquisador de Pós-Doutorado). Foto: Alexander Arevalo.



Área cortada e queimada há 1 ano para o plantio de banana (Musa paradisiaca) ao lado de uma capoeira de aproximadamente 20 anos. À esquerda na foto está o Cremilson (auxiliar de campo) e à direita o William (Pesquisador de Pós-Doutorado). Foto: Alexander Arevalo.

Os resultados a partir das coletas de dados de mamíferos terrestres nessas áreas serão comparados aos resultados encontrados na área da grade PPBIO (área controle) dentro da FLONA do AMAPÁ. Após esse estudo, esperamos indicar soluções e mecanismos mais sustentáveis para a regeneração de florestas em áreas antropizadas e indicar as espécies-chave de mamíferos responsáveis por esse processo na Floresta Amazônica.


Fezes de Anta (Tapirus terrestris) com plântulas em uma das áreas selecionadas (Capoeira com aproximadamente 20 anos de regeneração). Foto: William D. Carvalho.



segunda-feira, 18 de abril de 2016

Boletim do LECoV Ano2

Quarto Boletim Informativo do LECoV

Acaba de sair o quarto boletim informativo do LECoV (Fig. 1). O Boletim está disponível em http://amazonian-vertebrates.wikispaces.com/Boletim+Informativo .

Nesse numero, falamos sobre alguns dos resultados obtidos nos projetos que realiamos na Floresta Nacional do Amapá (FLONA). Acompanhe nossas notícias lendo nosso Boletim! Boa leitura!




segunda-feira, 4 de abril de 2016

Início do pós-doutorado na Floresta Amazônica no Amapá: primeiras impressões e uma ‘história de pescador’…

No mês de março iniciei meu pós-doutorado no PPGBIO-UNIFAP e minhas atividades junto ao LECoV. Meu primeiro campo na Floresta Amazônica, dentro e no entorno da Floresta Nacional do Amapá, ocorreu entre 18/03 e 28/03/2016 e foi uma experiência incrível, sendo que 80% das espécies que observei são uma novidade para mim. 

Profa. Dra. Fernanda apontando para as novas áreas alagadas devido ao lago formado pela nova hidrelétrica (Cachoeira do Caldeirão) em Porto Grande-AP (Foto: William Carvalho).


Apesar de nunca ter pisado em terras amazônicas, não me intimidei e aquele primeiro receio e medo de um principiante foram passando aos poucos, ainda mais estando todos os dias acompanhado por pessoas que nasceram nesse local, como o Alvino, Cremilson e Cledinaldo, nossos excelentes assistentes de campo.

Aliás, sobre a história de pescador, somente ele (Alvino) sabe sobre a onça-pintada que vimos atravessando o Igarapé do Braço. Somente ele, pois estava chovendo e não deu tempo de tirar a máquina fotográfica da mochila e fazer uma foto. Assim, tenho minha primeira ‘história de pescador’ para a Amazônia, a não ser que o Alvino esteja comigo contando a história…

Alvino (nosso piloto e assistente de campo) e eu a caminho das observações de ariranhas e verificação de áreas com potencial para amostragem dos morcegos (Foto: William Carvalho).

Voltando as impressões… no final a empolgação tomou conta de mim. A expectativa é enorme principalmente em relação aos morcegos, pois são o objeto de estudo do projeto que vou desenvolver na FLONA Amapá. Fiz diversas observações desses mamíferos voadores conforme subíamos os rios e igarapés ou ainda pelas trilhas da grade PPBIO, mesmo não utilizando métodos de captura. A meu ver, o projeto sobre o papel dos morcegos no processo de regeneração florestal dará bons frutos em um futuro próximo. Agora, vamos ao trabalho na expectativa de ver a onça-pintada novamente para poder fazer a foto!

Espécime de Emballorunidae fotografado dentro de oco de árvore em uma das trilhas da grade PPBIO (Foto: William Carvalho).

sábado, 2 de abril de 2016

Censo em barco motorizado e avistamento de tracajás na época chuvosa

No mês de março de 2016 a equipe do LECoV realizou um total de 310.9 km de censo ao longo dos rios Falsino e Araguari em Barco motorizado.
Alvino (nosso piloto e assistente no projeto) e William Carvalho (novo pós-doc do LECoV) durante atividade de censo em barco motorizado no Rio Falsino (Foto: Fernanda Michalski).
Durante as atividades de censo, foram obtidos 32 avistamentos de 50 indivíduos de tracajás. Desse total, apenas 11 indivíduos era adultos e a maioria eram filhotes / juvenis (39).

Foto de tracajá adulto, obtida durante censo ao longo de barco motorizado no Rio Araguari (Foto: William Carvalho).

A equipe também realizou um levantamento e georreferenciamento de todas as casas com moradores residindo ao longo de cerca de 150 km nos Rios Araguari e Falsino. Foram georreferenciadas 73 casas, sendo que desse total, 70 estão localizadas no Rio Araguari.

Por ultimo, foi realizado um trabalho de levantamento de disponibilidade de troncos, pedras, e locais para que os tracajás possam tomar sol (como na foto acima) ao longo de cerca de 50 km no Rio Falsino e 9 km no Igarapé do Primeiro Braço. Esse trabalho consistiu de um exaustivo levantamento de 1 km em 1 km de extensão de rio, acompanhado de georreferenciamento com GPS no ponto central do Rio e filmagem de 360º para categorização e classificação de disponibilidade de substrato (vídeo abaixo). Nesse mesmo trabalho, também foram obtidos pontos com GPS nas duas margens do rio para calculo da largura (média, máxima e mínima) do Rio Falsino e do Igarapé do Primeiro Braço na época da chuva. Esses pontos também podem ser utilizados para validação e alinhamento de imagens de satélite da área de estudo.



Nos próximos meses a equipe irá continuar trabalhando para o monitoramento dos tracajás e outros vertebrados nos rios durante a época chuvosa.